A Festa
Nacional do Pinhão é um evento
gastronômico e cultural realizado na cidade brasileira de Lages,
no estado de Santa Catarina.
A primeira edição
ocorreu na década de
80, como uma mostra de campo, denominada Festa
do Interior, constituída por boxes típicos de
costaneiras cobertos de esteiras e taquaras, folhas de xaxim e até mesmo de
butiazeiros.
Eram servidos pratos
típicos salgados, doces caseiros e bebidas,
como paçoca de pinhão, entreveiro, quentão. As atrações ficavam por conta de
apresentações nativistas, bailes,
domingueiras e outras, como torneio de laço, concursos, trovas e missa campeira
(crioula).
Com o tempo, a Festa
do Pinhão se tornou um evento indispensável no calendário turístico de
Santa Catarina. O que era apenas uma manifestação da cultura lageana ganhou
destaque nacional que atrai todos os anos mais de 350 mil pessoas, a maioria
turistas brasileiros e extrangeiros. Dos países do MERCOSUL,
a predominância é de argentinos.
Hoje é considerada a
maior festa tradicionalista do Brasil e movimenta todo o setor econômico da
Serra Catarinense. A Comissão Central Organizadora, juntamente com iniciativa
privada e a comunidade, iniciam seus trabalhos vários meses antes de cada
edição.
O símbolo da festa é
a Gralha Azul -
ave responsável pela reprodução natural da araucária
angustifolia, espécie de conífera que produz o pinhão -
ao se alimentar de sua semente, assim como outras espécies da fauna regional. A
ave costuma armazenar o pinhão em tocas de tatu ou enterrar superficialmente a
semente em locais ermos dos campos, disseminando dessa forma o pinheiro
brasileiro.
História da Festa do Pinhão
Na década de 70,
Lages despertou para a necessidade de organizar uma festa que destacasse o
município como um pólo socioeconômico regional. Pensou-se, então, na Festa do
Pinhão, a partir da idéia de preservar a cultura deste fruto primitivo, que se
constitui na semente da araucária, árvore ameaçada de extinção, embora
profundamente ligada à cultura e à economia regional.
Organizou-se o
evento pela primeira vez em julho de 1973. A ideia germinou no Departamento
Técnico de Turismo e Divulgação da Prefeitura de Lages. O Assessor de Turismo
da AMURES na época, Aracy Paim, assumiu a responsabilidade de organizar a
Festa, uma vez que tinha excelente relacionamento com tradicionalistas (pessoal
dos CTGs, artistas, músicos, cantores e compositores).
Em outubro
daquele mesmo ano organizou-se um bailão no Ginásio Ivo Silveira,
entidades instalaram boxes de gastronomia que ofereciam ao público o
pinhão cozido e bebidas típicas da serra, especialmente ponche e quentão. Este
evento foi considerado um prolongamento da 1ª Festa do Pinhão, realizada três
meses antes. No entanto, como evento oficial da Prefeitura de Lages a Festa do
Pinhão não foi realizada nos anos seguintes. Mesmo assim, em 1974 Aracy Paim
organizou um novo bailão, agora no Clube Porteira Serrana, na avenida 1º de
Maio. Ali também foi vendido o pinhão cozido e bebidas quentes – produtos típicos
das festas juninas.
Já em 1976/1977,
embora não se tenha informações da realização da Festa, ela foi inserida no
calendário oficial de eventos da Prefeitura.De 1977 a 1982 ela foi inserida na
Mostra do Campo, evento festivo promovido pela Prefeitura de Lages e que tinha
por objetivo integrar as comunidades do interior e da cidade. Esta inserção,
porém, se deu apenas pelo fato de que na Mostra do Campo havia sempre o pinhão
cozido e as bebidas típicas de inverno.
Segundo o
servidor público aposentado, Matias Liz dos Santos, que na década de 70-80
atuava no antigo Centro de Informações Turísticas (CIT), localizada no Calçadão
central da cidade, onde hoje funciona um posto da PM, teria sido organizado um
evento festivo, no Parque Conta Dinheiro, no início da década de 80. O evento
reuniu gaiteiros, trovadores e grupos de danças tradicionalistas e promoveu a
venda de produtos típicos da região, incluindo o pinhão. A iniciativa, de
grande sucesso de público, levou a Prefeitura de Lages a reeditar a Festa do
Pinhão em 1987 e 1988, no Parque Conta Dinheiro. Embora isso tenha ocorrido, e
seja de conhecimento público, não há registros oficiais da realização dessas
duas edições da Festa.
Já em 1989, a
Prefeitura de Lages relançou oficialmente o evento, desta vez com a denominação
de 1ª Festa Nacional do Pinhão. Daí em diante o evento evoluiu, diversificou-se
em vários aspectos e passou a ter caráter de festa gastronômica, cultural e
artística, com abrangência nacional. Na área musical, principalmente, abre espaço
para os artistas locais e regionais, assim como para aqueles que estão no topo
da mídia nacional. Além disso, envolve um dos maiores eventos nativistas do
país – a Sapecada da Canção Nativa, que reúne os grandes compositores e
intérpretes da música nativista.
Daí
em diante o evento evoluiu, diversificou-se em vários aspectos, passando do
caráter gastronômico e tradicionalista para nativista e como espaço, também,
para os diversos estilos musicais e artísticos, porém sempre mantendo as
características gastronômico-ecológica.
FLYERS
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