quinta-feira, 25 de abril de 2013

Língua Portuguesa e Literatura : ROMANTISMO (segunda geração)

ROMANTISMO (SEGUNDA GERAÇÃO) 

  •   Também conhecida como: mal do século e geração Ultrarromântica, surgiu na década de 1850.
  • Na mitologia grega, Andrômeda era filha de Cefeu, rei da Etiópia, e de Cassiopeia. Foi acorrentada num rochedo como sacrifício para o fim da destruição da Etiópia, causada por um monstro enviado por Poseidon. Fora libertada por Perseu, que a recebeu em casamento. Esta cena foi reproduzida pelo pintor Gustave Doré:

CARACTERÍSTICAS

-Amor e morte.
- Medo e solidão.
- Culto a uma natureza sombria.
- Idealização absoluta da realidade.
-Bem e o mal
Os ultrarromânticos levaram a extremos a expressão de sentimentos contraditórios.

INFLUÊNCIAS
Os poetas brasileiros foram inspirados por escritores ingleses como George Gordon Byron (Lorde Byron), Percy Bysshe Shelley e Alfred de Musset. 

Byron

Shelley

Musset


OS POETAS

Eram em sua maioria jovens estudantes que, longe de casa viviam em repúblicas. Muitos deles rumavam para São Paulo, onde cursavam a faculdade de Direito. Havia muito pouco o que fazer na cidade como conta Álvares de Azevedo em carta para sua mãe:

Nunca vi lugar tão insípido, como hoje está S. Paulo – Nunca vi coisa mais tediosa – e mais inspiradora de spleen (enfado, melancolia) – se fosse eu só que pensasse, dir-se-ia que seria modéstia – mas todos pensam assim – a vida é um bocejar infinito. Não há passeios que entretenham, nem bailes, nem sociedades – parece isto uma cidade de mortos – não há nem uma cara bonita em janela, só rugas, caretas desdentadas – e o silêncio das ruas só é quebrado pelos ruídos das bestas sapateando no ladrilho das ruas. Esse silêncio convida mais ao sono que ao estudo – enlanguesce (entristece), e entorpece a imaginação e pode-se dizer que a vida aqui é um sono perpétuo.

A cidade vista do paredão do Piques, 1862/1863 – atual largo da Memória, subindo do Anhangabaú para o largo de São Francisco. Até o final do séc. XIX, São Paulo era uma cidade colonial, semelhante a Ouro Preto

Cidade de São Paulo séc XIX


A NATUREZA TEMPESTUOSA

O cenário preferido pelos poetas é tempestuoso. As forças incontroláveis da natureza  - raios, chuvas, ventos- simboliza, de certo modo, os sentimentos violentos que precisam ganhar expressão literária. Essa natureza compõe um lugar horrendo que acolhe o poeta por refletir seu sofrimento individual. O pintor Ivan Aivazovsky retratou perfeitamente esta natureza tempestuosa.




A SEDUÇÃO DA MORTE

A ideia de morrer, para o ultrarromântico, tem sentido positivo, porque garante o término da agonia de viver. A morte esta associada também ao amor não correspondido.

Morte
(Hora do delírio)
Pensamento gentil de paz eterna
Amiga morte, vem. Tu és o termo
De
dous fantasmas que a existência formam,
— Dessa alma vã e desse corpo enfermo.
Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o nada,
Tu és a ausência das moções
(movimentos) da vida,
do prazer que nos custa a dor passada.
Pensamento gentil de paz eterna
Amiga morte, vem. Tu és apenas
A visão mais real das que nos cercam,
Que nos extingues as visões terrenas...
Amei-te sempre: — pertencer-te quero
Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra, - esse elemento
Que não se sente dos
vaivéns da sorte...
(Fragmento do poema de JUNQUEIRA FREIRE)


O "MAL DO SÉCULO"

O fascínio pela morte, pela escuridão, pela doença fez com que muitos dos jovens buscassem meios artificiais de fugir da realidade e conquistar o mundo dos sonhos. Com esse objetivo usavam:
-Drogas como o ópio e o haxixe
- Bebidas fortes como o absinto
Devido a vida boêmia dos autores, muitos morreram cedo, quase sempre vítimas de tuberculose.

Nos dias atuais, também temos artistas sendo inspirados por este movimento ultrarromântico do século XIX, a música BRING ME TO LIFE da banda de rock EVANESCENCE  é um forte exemplo disto:


Tradução da música Bring me to life:

Traga-me para a vida 

Como você pode ver através de meus olhos
como portas abertas
Conduzindo você até meu interior
onde eu me tornei tão entorpecido
Sem uma alma
Meu espírito dorme em algum lugar frio
até que você o encontre e o leve de volta
 pra casa

(Acorde-me.)
Acorde-me por dentro
(Eu não consigo acordar.)
Acorde-me por dentro
(Salve-me.)
Chame meu nome e salve-me da escuridão
(Acorde-me.)
Obrigue meu sangue a fluir
(Eu não consigo acordar.)
Antes que eu me desfaça
(Salve-me.)
Salve-me do nada que eu me tornei

Agora que eu sei o que eu não tenho
Você não pode simplesmente me deixar
Respire através de mim me faça real
Traga-me para a vida

Traga-me para a vida
(Eu tenho vivido uma mentira Não tem nada lá dentro.)
Traga-me para a vida

Congelada por dentro, sem o seu toque
sem o amor, querido
Só você é a vida entre os mortos

Todo esse tempo
Eu não posso acreditar que eu não pude ver
Me mantive no escuro
mas você estava lá na minha frente
Eu tenho dormido há 10 anos, parece
Eu tenho que abrir meus olhos para tudo
Sem um pensamento
Sem uma voz
Sem uma alma
(Não me deixe morrer aqui Deve haver algo a mais.)
Traga-me para a vida


Bons estudos!

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