sábado, 13 de julho de 2013

Geração "nem-nem": nem estuda nem trabalha


Vocês já ouviram falar nisso? 

A Geração Nem-Nem é composta de 8.800.000 jovens brasileiros entre 15 e 29 anos que não trabalham, não estudam e não procuram emprego. Estes dados foram publicados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA- fonte Folha Universal) e esta parcela já representa mais de 17% da população brasileira nesta faixa etária. Grosso modo poderíamos afirmar que a cada 7 jovens nesta faixa, 1 não estuda e nem trabalha.
Quer dizer que a cada sete jovens nesta faixa, um não estuda, não trabalha e nem procura emprego. Entre 2000 e 2010, a proporção desta leva de jovens aumentou de 16,9% para 17,2%. A alta foi de 708 mil pessoas. Apesar de ter reduzido o número de jovens mulheres com esse perfil, elas ainda são maioria dessa estatística.
O crescimento foi diferenciado por sexo, sendo que a parcela de homens subiu em 1,1 milhão de pessoas e a de mulheres caiu 398 mil. Apesar da queda no sexo feminino, do total de jovens que não estudavam e não participavam do mercado de trabalho, a maioria, 67,5%, era composta por mulheres em 2010.
O Ipea aponta, no estudo, que a diferença entre os sexos confirma que “uma parte delas tenha constituído família e esteja desempenhando o tradicional papel de mãe e dona de casa”. Aproximadamente dois terços das mulheres que não estudavam e não trabalhavam eram casadas e 61,2% já tinham filhos em 2010.

Como é que pode um número tão elevado de pessoas que simplesmente estão abdicando de ter um futuro promissor? 
O que eles pretendem da vida? 
De quem é a responsabilidade por esta falta de vontade? 
Por que isto acontece?
Porque só querem só dormir, ver TV e ficar na internet?
O que pretendem fazer para sustentarem-se, depois que responsáveis não estiverem mais entre eles?


Esses jovens são vítimas de um “desalento estrutural”, como analisou Fernando de Holanda Filho, professor da Fundação Getúlio Vargas, ao jornal O Globo (16/9). Ou seja: são pessoas que desistiram de procurar trabalho, porque não têm quase nenhuma qualificação, e tampouco querem voltar a estudar, porque não se sentem atraídas pela escola.


No total, há 5,3 milhões de jovens que não trabalham nem estudam. Se fossem computados os jovens que ainda procuram alguma ocupação, o número saltaria para 7,2 milhões. Num país com cenário de baixo desemprego e economia em expansão (em 2010, ano em que os números usados na pesquisa foram colhidos, o PIB cresceu 7,5%), isso significa que uma parcela importante dos brasileiros não está participando do desenvolvimento experimentado nos últimos anos. Uma vez sem perspectiva, alguns deles podem cair na criminalidade.
As mulheres, principalmente em razão da maternidade, são maioria nesse grupo – elas somam 3,5 milhões, e os homens, 1,8 milhão -, o que inclui a desigualdade de gênero na equação. O impacto também é maior entre os mais pobres. Na parcela da população com renda per capita de até R$ 77,75, a geração “nem-nem” chega a 46,2%. E é notável a disparidade regional: no Norte e no Nordeste, a incidência passa dos 25%, contra 13% no Sul e 16,8% no Sudeste.
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)tal cenário se explica pela conclusão generalizada de que apostar em educação traz benefícios tanto para os indivíduos quanto para a sociedade, ainda mais em tempos de dificuldades econômicas. Em 2008, um homem com instrução superior nos países da OCDE ganhou, em média, 58% mais do que aquele que possuísse apenas nível secundário. Em 2010, esse porcentual subiu para 67%.
Tal perspectiva é semelhante no Brasil, mas, ao que parece, uma parte considerável dos jovens brasileiros não consegue enxergar essa oportunidade, quer por desinformação, quer porque não se sente estimulada a enfrentar a rotina de estudos em escolas de baixa qualidade.
Trata-se de um indicativo de que o crescimento econômico brasileiro pode ter seus problemas agravados no futuro próximo, porque é essa geração que terá de enfrentar um mercado de trabalho cada vez mais exigente. Portanto, a escassez de mão de obra com um mínimo de competência técnica, que é um dos entraves crônicos do desenvolvimento no Brasil, tende a se acentuar – a não ser que haja uma virada drástica e imediata no sistema educacional, de modo a atrair novamente essa massa de jovens para os estudos e a especialização, fazendo-os perceber que a educação pode significar um futuro melhor.
Fontes: 

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